Marques Mendes denunciou esta quinta-feira aumentos nas chefias de algumas empresas do Estado que vão de 34 por cento a 65 por cento. O social-democrata considerou estes aumentos, de presidentes e vogais, «chorudos» ainda mais quando as empresas continuam a dar prejuízos.
«Eu detectei o ano passado já ano de crise», na Administração do Porto de Lisboa, «o presidente passou de um vencimento 4752 euros para 6357, um aumento de 34 por cento. Os vogais passaram de 4202 para 5438 euros, mais 29 por cento, a que acrescem 35 por cento de despesas de representação», revelou, depois de consultar o site do ministério das Finanças.
«Na CP, aquela que tem mais chefes que trabalhadores, não é assim, mas é quase, por despacho de dois membros do Governo, Finanças e Transportes, o presidente passou o vencimento de 4752l euros para 7225 euros, um aumento de 52 por cento. Os vogais passaram o seu vencimento de 4200 para 6719 euros um aumento de 59 por cento», disse.
Mendes acrescenta ainda que aumentaram os salários, mas os prejuízos da empresa não desceram. «Em 2008, a CP tinha dado 190 milhões de prejuízo e em 2009 deu 217 milhões de euros de prejuízo».
Na Carris, também em 2009, «o presidente passou de 4204 euros para 6923 euros, um aumento de 65 por cento. Os vogais passaram de 3656 para 6028 euros, um aumento também de 65 por cento». Aqui, também os prejuízos não baixaram. Em 2008, 17 milhões e em 2009, 41 milhões.
Estes aumentos são para Marques Mendes responsabilidade não só da tutela, mas também do ministro das Finanças. «Este homem que vai amanhã ao parlamento explicar que é preciso um brutal aumento de impostos, cortar nos salários da Função Pública, gostava que ele me explicasse como é que tem autoridade moral e política para fazer isto, quando acabou de fazer, em 2009, aumentos chorudos desta natureza».
Marques Mendes deu os exemplos na sequência da intervenção da passada quinta-feira quando divulgou uma lista de Institutos Públicos que podiam ser extintos . Uma lista que levantou várias questões sobre o futuro dos trabalhadores, mas a qual o comentador da TVI respondeu esta semana.
«Na Função Púbica, os trabalhadores que não sejam necessários passam para o quadro de excedentes, entram no regime de mobilidade e são recolocados noutros serviços», defendeu, lembrando que nem todos obedecem a este regime. «Há institutos em que o regime não é o da Função Pública». Aos trabalhadores que ficam excedentários aplica-se a «rescisão dos contratos por mútuo acordo, pagando o Estado a devida e justa indemnização.
in Agência Financeira, 14 de Outubro de 2010
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